Negrume
Pois sim
ainda que veja o meu sorriso
direi do espelho que carrego
na face que tanto disfarça
e da cortina falsa por cima
desse corpo que não é mais
direi do branco o negro
e do azul escuro o sem cor
do que acham que ainda sinto
tudo que seja menos amor
não posso negar a ninguém
o que doloroso me nego
não posso ser o que pensam
se sei que já sou aquele não
que não se alegra com a manhã
não sente as horas nem os dias
que pinta outra cor no entardecer
que espera a noite logo chegar
para abrir as portas e chamar
a lágrima e a dor que merecer.
Rangel Alves da Costa
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