Numa tarde, num lago...
A tarde está avermelhando
não há mais sol escaldante
o vento voraz já fez sua dança
começa a soprar suave brisa
e vejo a revoada no horizonte
como despedida e adeus
do que foi possível realizar
desde o álveo nascer do dia
e que belo momento essa cor
esse vermelho/amarelo solícito
de folhas voando e janelas abertas
e por dentro do encantado ser
um desejo infinito de te ver
de estar com você esperando a lua
esperando a noite contar um segredo
dizer o que não posso falar
voz silenciosa ecoando amar
derramo esse vinho para o beijo
chamo o barqueiro e digo que aporte
sinto na brisa o teu suave perfume
e corro para abraçar o véu da deusa
que flutua na graciosidade da vida
e estendo os cabelos dourados
sobre o barco que está de partida
para o suave passeio no lago
que um dia encheu com as lágrimas
de uma solidão que não tenho mais.
Rangel Alves da Costa
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