Sede
Caminho deserto
sol escaldante
ao pé do vulcão
mordo a pedra de sal
e depois corro
perdidamente aflito
em busca do oásis
que o sonho
esqueceu de mostrar
e a sede me chega
com secura na boca
me viro na cama
e encontro o teu sono
a face pulsando
a pele sorrindo
e encosto o lábio
no lábio sonhando
e beijo a boca
que se abre sedenta
catando ao redor
meu copo de água
e os dois tuaregues
sequiosos se abraçam
para saciar o desejo
no oceano da noite.
Rangel Alves da Costa
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