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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Eterno ventre (Poesia)

Eterno ventre



E eu que pensei
já ter nascido e crescido
somente agora sei
desse existir iludido
porque ainda sou embrião
sou do seu doce ventre
e não desse chão
jamais serei dado à luz
nem nascido feito grão
porque no útero onde vivo
tão filho e tão criança
tanta inocência esperança
não deixará nunca de ser
a casa de onde me despedi
sem jamais me separar
sem jamais ter de partir
sem molhar de sangue o cordão
porque não poderia viver
sem continuar dentro de ti
sendo eu e sendo você.


Rangel Alves da Costa

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