*Rangel Alves da Costa
Os pais
colocam os nomes que desejam nos seus filhos (logicamente se o cartório
aceitar, vez que há regras legais para tal).
Como diz o
ditado, os filhos são seus e ninguém pode dizer se estão errados ou não em dar
o nome que bem entenderem.
Mas me
sinto, sim, no direito de dizer que estão errados sim, e muito. Ora, sou
sertanejo e sei muito o quanto os estrangeirismos interferem na identidade de
um povo.
E dessa
feita trago o descontentamento sempre lançado pelo saudoso mestre Ariano
Suassuna na preferência do uso de estrangeirismos em lugar da nomenclatura
nacional.
Dizia o
mestre que nada de “coffee-break”, e sim pausa para um café, para um lanche. Nada
de “self-service”, e sim servir-se com a própria mão. Nada de “delivery”, e sim
entregar a comida.
Citei
Suassuna exatamente para me intrometer na vida desses pais que, muitas vezes,
não sabem sequer escrever ou pronunciar o nome dos filhos, mas acham bonito o “ingreisamento”
ou o estrangeirismo modista.
Não
exemplificarei com nomes (até porque não os sei escrever), mas digo e afirmo
ser totalmente descabido e desnecessário se trocar um João por um nome que
quebra a língua na pronúncia.
Da mesma
forma, trocar uma Maria por um nome com letras ao contrário ou letras se
multiplicando apenas para efeito de absolutamente nada.
Ademais,
os pais são brasileiros (nordestinos, sertanejos), os filhos são igualmente
nativos, e então por que jogar na criança um nome que só vai dificultar sua
vida.
Como é o
seu nome? Pergunta alguém. “É assim, mas se escreve assim e na fala fica assim”.
Então diz um nome estapafúrdio.
A criança,
que já tem dificuldade de aprender perante a educação atual, pode até passar
muitos anos com dificuldade de escrever corretamente o próprio nome.
“Não,
professora, tem dois “nê”, dois “lê” e também um “si” no final, é que eu me
esqueci”. Culpa de quem? Logicamente dos pais.
Há coisa
mais bela que se chamar alguém de Pedro, José, Antônio, Josefa, Lurdes, Joana,
Lucas, Paulo, Edson, Lúcia, Vera?
Nomes
simples, nossos e muito mais cativantes e belos que esses estrangeirismos
surgidos a cada dia. E por que tem de ser Slauttss ou Kristtsalls dos Santos?
Mas os
filhos são seus, então coloquem os nomes que quiserem. Se um filho eu fosse
agora batizar, certamente que seria João, Antônio ou Paulo.
Eu tenho
uma filha chamada Maria. E minha mãe também era Maria: Maria do Perpétuo.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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