*Rangel Alves da Costa
Noites de silêncio e solidão. Noites de chuva
lá fora e tristeza por dentro. Em noites assim a dor é maior, a tristeza é
maior, a angústia é maior, a recordação é maior. São em noites assim que as
lágrimas procuram vazões no subsolo da alma e vão surgindo como pequenos veios
de angústias e aflições. Primeiro, o noturno, depois a moldura do instante,
depois as imagens e as recordações que vão surgindo. E depois e depois... Depois
os olhos queimando na febre da saudade. Depois os olhos marejando para se
derramar em rios ardentes de aflição. Depois os prantos e os soluços
inevitáveis. A pessoa já não está mais em si. A partir daí somente responde ao
que a propensão interior desejar. São em noites assim que os lençóis são
encharcados, que os travesseiros são molhados, que os lenços são alagados, que
os rios transbordam toda lágrima de dor, de saudade, de relembrança, de
nostalgia. São em noites assim que a pessoa navega e naufraga dentro da própria
memória.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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