*Rangel Alves da Costa
A realidade é de espantos e mais espantos. O
mundo é de espantos e mais espantos. A vida é de espantos e mais espantos. O
viver parece nada mais encontrar senão espantos e mais espantos. Só falta o
bicho falar e o homem mugir, rosnar, latir, cacarejar. Só falta os mares e os
oceanos se transformarem em sangue e a terra inteira se transformar em chão de
brasas e labaredas. Só falta a pomba da paz ser abatida no ar e a bandeira
branca ser tingida pelo vermelho do sangue. Será que a vida na terra foi
destinada a ser o que é, com dor e sofrimento por todo lugar, com aflição e
angústia a cada passo? Será que o mundo foi criado para que a desordem, a
imoralidade, a brutalidade e a discórdia, permeassem os seus dias? O que
deveria ser normalidade se transformou em utopia, em algo inexistente ou
inalcançável: amor, paz, união, respeito. O que não poderia ser da normalidade
do mundo, eis que se tornou em livro de cada dia: dor, angústia, sofrimento,
sangue derramado, lágrimas e desalentos. Uma coisa é certa: será o homem o seu
próprio destruidor. O ser humano não se ama mais, não se respeita mais, não
quer paz nem concórdia. E lançando seus ódios perante os demais, então estarão
semeados os frutos para o fim de tudo. Homem devorando homem. Vidas se
autodestruindo.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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