*Rangel Alves da Costa
De vez em quando eu me vejo imaginando
coisas, coisas e coisas. E além da medida corriqueira do imaginar. Hoje, por
exemplo, fiquei imaginando a noite do cego. Sei que a cegueira provoca a noite
em pleno dia, mas pensei na noite do cego pelo fato de que muita gente, de boa
visão e olhar perfeito, sequer levanta o olhar para o alto para avistar a
beleza da lua, das estrelas, do firmamento faiscante de luz. E também pensei no
silêncio absoluto do mundo. Seu silêncio e sua vontade imensa de falar, de se
expressar, de dizer coisas belas. Por outro lado, tanta gente com voz perfeita
e só abre a boca para dizer asneiras, para as aleivosias, para o que fere e
maltrata. Tais coisas me surgem e vou imaginando, imaginando, imaginando.
Coisas assim como o desvalor da liberdade. Quem imaginasse o que são a tristeza
e o sofrimento de uma perda de liberdade, certamente pensaria duas (ou mil
vezes) antes de cometer asneiras e atrocidades.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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