Caminho aberto
Viajante cansado
depois de cortar légua
no lombo do animal
olho adiante feliz
porque já enxergo
cada pedra tão amiga
cada vereda e mato
tudo que estava lá
e de novo vou abraçar
e que abraço sincero
sertão e tudo que quero
que é beber da moringa
comer da panela de barro
pegar tudo com a mão
e agradecer de coração
por ter o que bem tiver
a filharada e a mulher
uma lua bonita a ouvir
um violeiro repetir
que não há vida melhor
do que a vida daqui
já sinto o cheiro dos meus
vou apagar aquele adeus
cantar aboio de chegada
olhar ao redor na invernada
e ajoelhado em oração
abraçar a Deus nesse chão.
Rangel Alves da Costa
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