SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



domingo, 27 de novembro de 2011

Abandono (Poesia)

Abandono



Uma tapera
ripado caindo
barro sumindo
janela despedaçada
porta deitada ao chão
ossos de cachorro morto
ventania soprando lá dentro
zunindo na boca do pote
sufocando o gargalo da moringa
o tamborete está cheio de tempo
a mesa velha repleta de solidão
as cinzas ainda estão espalhadas
pelo fogão de lenha e pelo chão
um pano velho passa voando
logo atrá vem uma folha seca
como é a porta da frente
eis o retrato da porta de trás
parecendo que há anos
nenhum pé de gente
passou por ali
para visitar a saudade
e partir.


Rangel Alves da Costa

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