*Rangel Alves da Costa
Pela estrada eu vou semeando. A cada passo,
pelos caminhos vão ficando minhas marcas, o que fiz, o que eu poderia fazer de
outra forma. Talvez poucos deem importância ao avistar as sementes que vou
deixando sobre a terra. Assim como o grão que é lançado sobre o chão, e somente
mais tarde brotará em flores e frutos, igualmente o que faço pela estrada.
Apenas faço, apenas lanço o grão, apenas cumpro o meu dever de semear. Enquanto
filho da terra, sinto-me com a obrigação de semear o melhor grão que eu possua,
assim como a retribuição de quem jamais se esquece de seu berço de nascimento.
A estrada vai ficando para trás e eu seguindo, seguindo, seguindo. Os que mais
tarde seguirão pela mesma estrada, ao avistar os frutos do que foi semeando,
haverão de dizer: alguém passou por aqui! E colherão o que melhor havia de mim
para deixar.
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