*Rangel Alves da
Costa
Sônia,
ontem eu lhe dei um abraço e um carinhoso beijo na testa, mas hoje, em
palavras, quero parabenizá-la por mais este natalício em sua vida. Na verdade,
em você parece que o tempo apenas passa e a idade é coisa que tanto faz. A
mesma Sônia, de sempre e sempre.
Confesso,
então, o imenso orgulho que sinto e o prazer sempre revigorado em ter Sônia
Godoy como amiga, confidente, uma mão sempre estendida, uma voz sempre apta a
se expressar em lições e conhecimentos. E cuja presença sempre vem acompanhada de
força e determinação.
Alagoana
de nascimento, mas filha de Poço Redondo por devoção e amor, Sônia Godoy no
sertão sergipano aportou como se o destino lhe reservasse as terras de Zé de Julião
como seu novo lar. E em lar Poço Redondo se transformou desde aqueles idos e
para o sempre na sua vida.
Ora, Sônia
é de família de extensas e profundas raízes não só em Alagoas como em
Pernambuco. Os Godoy e os Honorato são troncos familiares de reconhecida
pujança nos sertões nordestinos. Mas Sônia deixou sua Pão de Açúcar para viver
e frutificar no sertão sergipano, em Poço Redondo.
Em Poço
Redondo levantou parede, formou família, caminhou em passos firmes perante os
seus objetivos. Depois de sua chegada, nada na vida do município passou sem a
sua ativa presença. Já avó e ainda continua afoita, politiqueira, irrequieta,
buscando sempre novas transformações.
Por longos
anos foi apenas professora, por muito tempo foi apenas política, chegando à
vereança municipal, mas durante todo o tempo, ao lado da cordial e bondosa
amiga, foi também a voz que nunca calou diante das mazelas e dos absurdos.
A verdade
é que Sônia Godoy se tornou não só útil como de fundamental importância na vida
de Poço Redondo e sertões adentro. Pela sua luta e sua voz, pelo seu destemor e
inteligência, sempre foi reconhecida e valorizada pela classe política e
lideranças de Sergipe.
Sônia é
daquelas pessoas que chamam o outro num canto e confessa, sem meias palavras,
sua ira ou seu contentamento. Basta chamar que ela vai, que ela atende, mas não
espere que ela simplesmente vá dizer o que ao outro agrada. É mulher da
verdade.
Talvez
tivesse sido por isso que meu pai Alcino sempre teve profunda amizade por
Sônia. De Alcino ela foi amiga e conselheira, jamais dele se afastou ou deixou
de estar ao seu lado nos momentos mais difíceis. Foi como uma enfermeira e uma
mão carinhosa.
Eu sempre
fui amigo de Sônia não por que ela era e continua amiga de meu pai, mas pelo
reconhecimento que sempre tive de seu posicionamento diante das diversas
situações da vida. Ela sempre me incentivou nos meus pleitos, sempre garantiu
presença ao meu lado naquilo que eu precisasse. E de vez em quando nos
encontramos para colocar em dia os novos e velhos assuntos.
No mesmo
passo de Sônia, muitos de seus familiares passaram a ter Poço Redondo como
moradia e construção de vidas. Zé Honorato e Joãozinho, seus irmãos, hoje são
tão poço-redondenses como os nascidos na terra. Solange também morou e ensinou
em Poço Redondo. Sua irmã Socorro adorava reencontrar seus velhos amigos
sertanejos.
Suas
filhas Viviane e Taysa são pessoas maravilhas. Seus netos Arthur e Heitor são umas
lindezinhas sertanejas. Sua inseparável Lurdinha representa a feição da mais
fiel amizade. Mazé, outra grande amiga, já não está aqui para abraçá-la com o
mesmo afeto de filha. E Cícero, seu esposo, a paciência oposta à agitação da
guerreira.
Qual a
nova idade de Sônia? Não importa. Sônia ainda é menina, é traquina, é de eterna
juventude. E que assim continue, Sônia. Poço Redondo necessita demais de sua
presença, de seu olhar, de sua voz. E eu - e todos nós - de sua confortante
amizade. Parabéns!
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com