Sobre
estradas e ventanias
Ao lado dos velhos retratos
eu me vejo imaginando a estrada
e logo sinto o quanto caminhamos
e deixamos para trás nossas alegrias
nossas magias e nossas razões de viver
por que o tempo acorrentou os sonhos
por que a idade aprisionou as esperanças
por que a pressa deixou para trás um mundo
e nada mais resta que diários e álbuns abertos
e lenços tristes procurando olhos umedecidos
e eu que sonhei voar no mais alto da colina
eu que criei asas para escrever salmos nas nuvens
sinto apenas que a janela e a porta estão fechadas
e as flores de plástico empalideceram empoeiradas
replanto os jardins apenas naquilo que posso sonhar.
Rangel Alves da Costa
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