SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...
A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.
quarta-feira, 4 de novembro de 2020
A arca (Poesia)
A arca
Eu não quis mais avistar
os lixões com seus pássaros famintos
os silêncios tristes nos olhos dos meninos
eu já não suportava alimentar
de restos de restos e putrefatos grãos
os animais que me estendiam as mãos
quanto me doía ouvir os lobos
uivando suas fomes em sertões tão pobres
e no alto da montanha a fartura dos nobres
então das lágrimas famintas eu enchi o mundo
e toda a lonjura da terra logo se tornou em mar
e todos então correram para a arca alcançar
mas somente os pássaros meninos
mas somente os lobos de tristes destinos
e aqueles bichos jogados aos desatinos
estavam salvos ao amanhecer!
Rangel Alves da Costa
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