*Rangel Alves da Costa
Isso mesmo: eu tenho um voto pra vender. Ora,
todo mundo vende, negocia com voto, então por que eu não poderia negociar o
meu? E direi mais: digo logo o preço sem rodeios. E assim porque, diferente das
artimanhas de muitos, que utilizam de ardis para a negociação, eu digo logo o
valor e pronto. Também não aceito outra coisa que não seja dinheiro, e vivo, na
mão, despejado logo no bolso. Não me venha com saco de cimento, com telha, com
oferta de pagar receita, com cesta básica, com nada disso. Também não aceito
que ofereçam pagamento de fatura, de boleto ou de conta no bar ou na mercearia
da esquina. Eu mesmo sei onde devo e onde devo e quanto tenho que pagar e, por
isso mesmo, não preciso de ninguém que faça isso por mim. Então me passe logo o
dinheiro que o seu voto estará garantido. Quanto? Isso eu não posso dizer aqui
não. Vamos ali conversa baixinho, ao pé do ouvido, quase como um segredo. Mas
logo aviso o seguinte: já que vai roubar muito se eleito for, então traga
pacote, e não nota!
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