A Mulher
de Branco é tão misteriosa e amedrontadora que ninguém sabe ao certo sua origem
nem a real motivação de aparecer toda vestida de branco após o anoitecer nas
curvas dos caminhos, nas lombadas das estradas, apenas surgindo de forma
fantasmagórica.
Também
estranho que nem todo mundo consiga avistá-la, pois apenas alguns cujo olhar de
repente se assombra diante daquela imagem assustadora. Dizem até que, como num
voo, às vezes se lança em direção à vidraça dos veículos. Para depois sumir.
Muitos
falam que não passa de uma lenda, de um velho mito que vai se espalhando de
geração a geração. Outros, contudo, não só asseveram sua existência como
confirmam a sua visão. Muitos juram por tudo na vida já tê-la avistado em
determinado lugar de uma estrada.
E muitos
até confirmam os lugares mais propícios ao seu encontro. E dizem: “Depois
daquela curva, logo na descida, é ali que ela aparece, e do nada, apenas como
um vulto todo vestido de branco. E é uma mulher, pois muitas vezes dá até pra
ver a feição esbranquiçada da morte e os cabelos desgrenhados dos fantasmas
levantados dos túmulos”.
Em Poço
Redondo, no sertão sergipano, dizem que na pista em direção a Canindé de São
Francisco, principalmente depois da fazenda Santa Rita até chegar ao Mulungu,
vez por outra a mulher é avistada nos beirais da estrada.
A visão é
tão repentina e assustadora que muita gente sequer acredita no que está diante
de si. Somente depois do susto é que vem o medo. Muito motorista se mija nas
calças, procura cabelo na cabeça sem encontrar, tremelica tanto que jura nunca
mais passar por ali depois do escurecer.
E dizem
ainda que a tal mulher também gosta de subir na garupa da moto de solitário
viajante. O motoqueiro vai seguindo tranquilo, despreocupado, mas de repente
sente um peso maior na garupa. Olha pra trás e logo avista a roupa branca da
desconhecida. E também logo sente o bafo frio dos mortos no seu cangote.
Assim já
aconteceu, e com gente que não aceita ser chamado de mentiroso. Contudo, eu
conheço outra história de outra mulher de branco. Da mulher cujo vestido
branco, de casamento, todos os dias é avistado pendurado na parede de uma
casinha sertaneja de barro e cipó.
Nenhum comentário:
Postar um comentário