*Rangel Alves da Costa
“Se o desonesto soubesse a vantagem de ser
honesto, ele seria honesto ao menos por desonestidade”, eis uma sentença moral
atribuída ao filósofo Sócrates. Na verdade, gente há que a única honestidade
que é possui é exatamente sua desonestidade. Desonesto consigo mesmo, desonesto
nas relações, desonesto com a vida e com o mundo. Nada faz que se tenha como
conduta ética, moral, respeitosa. Nada faz que não seja na mentira, no embuste,
na malandragem, na covardia. É desonesto ao negar ou falsear o nome, ao forjar
documentos, ao mentir a tudo e a todos, as tentar sempre enganar o próximo. Não
importa a desconfiança e a reconhecida falta de caráter, pois o que importa é
que de sua ação surja um proveito escuso, algum ganho que chegue enlameada.
Também por que pessoas assim querem ser as mais honradas e honestas do mundo, o
que já é uma desonestidade. E são mais pessoas assim do que imagina a nossa vã
filosofia. Talvez fosse preciso iluminar a todos através da lanterna da
honradez para ver quantos resquícios ainda restam das respeitosas condutas
humanas.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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