*Rangel Alves da Costa
Somente a
sede para dizer o sabor e a valia que tem a água. Somente a carência e a
vontade para dizer o que pode ser rejeitado ou não. Duvido que a burguesia não
se empanturre ante uma farofa de ovo quando a fome bater forte. Duvido que a
burguesia não se lambuze de lamber os beiços com comida estragada e restos de
pratos acaso se veja sem a costumeira fartura. Quando o assunto é fome não há
muita escolha não. Ou come ou morre de fome. Desse modo, a carência socializa o
ser humano na sua verdade. Todos querendo mastigar o que encontrar. O mesmo
acontece com a água. Tem famoso que outra coisa não aceita senão água mineral
com bolinhas cristalizadas. Logicamente que não está com sede, apenas com
frescura, pois se sentir debaixo de sol de deserto, sem qualquer moringa
adiante, certamente que vai se lançar no primeiro poço barrento que encontrar.
E vai beber tão gostosamente como se aquela imundície fosse a coisa melhor do
mundo. É o momento da valia da salvação. Em instantes assim não há nem tempo de
pensar em água gelada.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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