*Rangel Alves da Costa
Calango no chão, porteira se abrindo, um luar em clarão. Eu preciso sentir mais meu sertão. Fogo de lenha e tição, caneca no pote, uma história de assombração. Eu preciso ser mais meu sertão. Rosário de fé e de oração, tamborete antigo, na estrada uma procissão. Eu preciso viver mais meu sertão. Mandacaru em floração, um ramo para benzer, quartinha na janela do oitão. Eu preciso caminhar mais pelo meu sertão. Na boca da noite um pedaço de pão, um grilo cricrando, carcará, gavião. Eu preciso amar mais meu sertão. Secura e desolação, de vez em quando um relâmpago, de vez em quando o trovão. Eu num sei onde tô, mas eu queria o sertão!
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