SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



sábado, 1 de fevereiro de 2020

Palavra Solta – para a eternidade



*Rangel Alves da Costa


Muita gente passa por situações na vida, principalmente pela perda de alguém amado, que de repente vai mudando seu jeito de pensar e enfrentar as realidades da vida, mas também da morte. Difícil de imaginar, mas é precisamente o relacionamento com a perda, com o enfrentamento de uma terrível dor pelo adeus de um ser amado, que faz o ser vivente muito mais consciente da realidade da vida. Daí em diante, desde o momento de despedida, passa a ser tomado de uma aura onde os limites do céu e da terra já não estavam ocultados. Passa a compreender que a mão erguida da terra pode, sim, ser tocada pela mão repousada no etéreo. Passa a perceber que os laços não se desenlaçam quando a vida e a morte se distanciam, eis que o amor continua unindo as distâncias. Passa a compreender que vida e morte são limites inexistentes, e assim por que o sopro maior que une os seres permanece vivo e ativo entre os que se reconhecem e se amam. Passa, acima de tudo, a lançar o olhar por horizontes que vão além das nuvens e alçam a moradia celestial. Passa a dialogar com a grande questão: a morte é o fim ou uma continuidade? Difícil saber a resposta exata sobre isso, mas certamente bastará um curto instante ao lado para saber do que guarda em si como resposta: Os que são amados permanecem naqueles que sabem amar. Os que amam sempre reencontram aqueles que deles nunca se separaram. Espiritismo? Apenas a certeza que no espírito está a estrada que aproxima pelo amor e distancia pela descrença e pelo esquecimento.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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