SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



terça-feira, 9 de maio de 2017

Palavra Solta - violência e mais violência


*Rangel Alves da Costa


Um caos, um absurdo, todos os dias a mesma notícia se repetindo: mais um foi assassinado. Assim no sertão sergipano, no antigamente pacato, seguro e humano sertão sergipano. No mesmo sertão onde as pessoas deixavam suas portas abertas sem nada temer, estendiam esteiras nas calçadas para dormir em noites calorentas, caminhavam na noite fechada e madrugada adentro sem que qualquer ameaça lhes cruzasse a estrada. Um sertão onde a violência começou com o roubo de gado, com o aumento do número de forasteiros, a chegada das drogas e a intensidade das rixas e vinditas de sangue. Daí em diante não houve mais sossego da população. Atualmente, não só os assaltos a qualquer hora do dia como a pistolagem e as prestações sangrentas de sangue. Hoje em dia não se usa mais a emboscada ou a tocaia para dar cabo da vida do próximo. Chega-se numa motocicleta com capacete, alveja-se a pessoa marcada para morrer e pronto. Dificilmente um assassino é reconhecido e levado à prisão. Mas também as mortes gratuitas, as mortes em brigas de festas, as mortes pelas mortes. Mas há que ser assim e piorar ainda mais a situação. Em pleno sertão sangrento, a maioria das delegacias não conta mais que com três policiais. E um carro da polícia cuja serventia é somente para mandar desligar os sons potentes nas malas dos veículos. Os sons altos incomodam, mas a barbárie do crime incomoda muito mais.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

Nenhum comentário: