*Rangel Alves da Costa
Muitas vezes, apenas um cumprimento. Outras
vezes, apenas uma palavra. E ainda outras vezes, apenas um olhar e um sorriso.
Mas também, e principalmente, a aproximação e o diálogo. E sempre a retribuição
naquela pessoa que sequer imaginaria ser recordada com qualquer gesto de
atenção. Assim acontece. E se a gente imaginasse quanto bem nos faz o
reconhecimento, o respeito, a amizade, a cordialidade e a valorização do
próximo, certamente não caminharíamos tão sozinhos pelos passos da vaidade e do
egoísmo. É preciso amar e valorizar as pessoas, é preciso reconhecer no outro
as suas lições e os seus passos pela estrada. De vez em quando eu passo e
avisto Dona Maria Dias em sua janela, ou mais lá dentro sentadinha no sofá. De
vez em quando eu andejo por outros locais e avisto pessoas de mais idade ou já
envelhecidas em suas portas, calçadas ou janelas. Será que perco tempo ou
pedaço de mim é retirado se cumprimento, se sorrio e brinco, se mais me
aproximo para um proseado? Pelo contrário. Se passo sozinho e divido minha
palavra com o conterrâneo, com aquela pessoa em sua calçada ou janela,
certamente que sozinho não mais seguirei. Comigo levarei a lição do que
imaginava saber, mas ainda não sei.
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