Orgulho danado
Quanto canto não canto
rumino baixinho a minha terra
quando ando não ando
galopo rumo ao pé da serra
quando falo não falo
murmurejo a paz sem a guerra
quando durmo não durmo
sonho a saudade que aferra
e ainda não é tudo não
porque minha roupa é gibão
calço alpercata pisando chão
guardo um casebre no coração
uma mãe, um pai e um irmão
e saudade correndo no ribeirão
mas qualquer dia desses
desando e quero muito mais
vou morar no meio dos animais
do progresso caminhar pra trás
renascer do chão feito uma semente
ser a natureza e o que ela sente
ser como o meu povo e a minha gente
ser aquele sol de chama mais ardente
ser o meu sertão e viver mais contente
ter aquela terra como o maior presente.
Rangel Alves da Costa
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