Pela estrada
Para o caminho do amor
não ser jamais esquecido
não apagar os passos que dei
joguei migalhas de pão
nas veredas onde passei
espalhei versos inconclusos
pelas margens que andei
deixei retalhos de mim
nas sombras que caminhei
e segui sempre adiante
para encontrá-la num instante
e imaginar que dali em diante
o retorno seria plena felicidade
mãos dadas no amor de verdade
união revelada na sinceridade
sem temer os labirintos da estrada
sem medo do medo e de nada
mas seu jardim floresceu de repente
e ela não quis mais retornar
meu caminho não quis caminhar
e na solidão faminta da volta
sozinho vencido pela revolta
tive que comer o pão da estrada
beber da poesia ainda espalhada
e me abrigar nos retalhos de um dia
para renascer de tamanha agonia
e novamente dizer a mim mesmo
que a solidão é a melhor companhia
até o sincero amor que virá um dia.
Rangel Alves da Costa
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