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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Na margem (Poesia)

Na margem



Nunca mais caminhei
pela margem do rio
nem esperei o meu amor
que sei que não vem
não vem na água corrente
não veio no trilho do trem
ainda ontem de saudade
fiz do meu braço e sonho
um barco veloz e singrei
remando no vento do coração
rumo à nascente distante
onde você não mora
e eu jamais poderia
encontrá-la nunca ou agora
minha linda deusa das águas
sereia de tantas mágoas
que enlouqueceu o pescador
na beira rio com tanta dor
e hoje tudo que sou
sou apenas o que meus olhos
misturam às águas e choram
inundando o peito que é cais
sempre esperando um barco
que não volta nunca mais
esperando uma vela aberta
esperando que venha
miragem iara ou  sereia
nesse olhar que mareia
na solidão da margem
na solidão da areia.


Rangel Alves da Costa

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