SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



quinta-feira, 16 de abril de 2020

Palavra Solta – ainda não sei nada não



*Rangel Alves da Costa


Fui catar um tiquim de história, um naco de coisa antiga, mas além do baú aberto com as relíquias do tempo, também encontrei a cerca, o arame, a porteira, a planta do mato, o arvoredo, o grão da terra, o verdoso acanhado e a sequidão. Encontrei o bicho, o mugido do animal, a palma pouca e o menino com enxada na mão. Encontrei um céu azulado e uma tem-tem voejando ao redor. Sigo assim, catando a escrita do chão, da paisagem, do homem e de seu mundo encantador. Comigo levo um embornal e um caderno aberto em minha memória. O que vejo, então escrevo no pensamento. E o que penso depois retrato em linhas tortas. E assim vou escrevendo a vida, indo ali e acolá, encontrando o conterrâneo sertanejo, ouvindo sua palavra nua, na gramática do sertão, para enfim ter a certeza que ainda não sei nada não. E quero tudo aprender, pois ainda não sei nada não.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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