SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



segunda-feira, 20 de abril de 2020

Palavra Solta – pingos de chuva



*Rangel Alves da Costa


Não quero entristecer. Não quero apertar meu olhar nem soluçar na melancolia. Mas chove e na chuva é difícil demais de não sofrer. E se chove na noite, como agora chove, o entristecimento redobra como açoite de tempestade. Lá fora, os pingos caindo e mil motivos para o sofrimento, para a aflição, para a angústia. Um mistério, uma verdade. A gente está até alegre, contente e feliz, mas se começa a chover e de dentro de casa a vidraça começa a embaçar, a escorrer os pingos da chuva, então tudo aprece desandar. Em cada pingo uma recordação, uma imagem, um desejo de ter alguém. Nostalgia de beijos, de abraços, de afagos e de carinhos. Até que lentamente caminhamos e desenhamos um coração na vidraça. Um coração molhado, encharcado de amor e saudade.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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