SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Alguém que vem (Poesia)

Alguém que vem


Cabra zanzando
sol de lascar a molera
pingando suor
peito arfando cansaço
e ainda nem metade
ainda faltando muito
tantas léguas andadas
e ainda nem se vê
sombra lá longe
da casinha pobre
da humilde tapera
aonde mora um povo
sem almoço nem janta
aonde vive uma gente
sem luxo nem sonho
mas de uma riqueza
da mais rica que há
que é abrir a porta
oferecer metade do pão
dividir o gole de café
mesmo tendo certeza
que o estranho que chega
não é parente de sangue
mas irmão sertanejo
que vem cansado
que chega faminto
e quer apenas um olhar
um gesto e uma atenção
e esse descanso que é tudo
e essa doce acolhida
nesse agora que ninguém
sabe o que será amanhã.


Rangel Alves da Costa

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