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A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Palavra Solta – amor, esse mel, esse fel



*Rangel Alves da Costa


Amor, esse mel, esse fel. Amor é ter prazer com o outro, é sentir alegria pela existência do outro, é como uma devoção onde o outro assume um lugar de tamanha importância que passa mesmo a guiar as ações e as emoções. Amor não é o frívolo, a futilidade, o passageiro. Amor não é experimentação nem manipulação, não proveito que se tira para depois saber se vale a pena ou não dar continuidade à relação amorosa. Amor é cuidar do outro, é se preocupar com o outro, é amar como se dividido estivesse e a vida só se completa com a junção da outra parte. Amor é, assim, um profundo e doce e terno contentamento do coração. Amor não é ocasional, o acaso, o instante. O amor não é o amasso que se dá na balada e depois segura na mão para levar onde quiser e fazer o que bem entender. Amor não é promíscuo nem pecaminoso, não é libertino nem depravado. Amor é sentir saudade a todo instante, é chegar à janela e avistar o seu nome na nuvem, é avistar na paisagem algo que faça recordar o ser amado. É ouvir no silêncio a canção de amor, é cantar tal canção sem abrir a boca. Amor não é apenas o sexo, a transa, o gozo, o possuir. Amor não é fechar a porta e tirar a roupa, não é deitar ao lado e já querer ficar por cima ou por baixo, não é a pressa orgásmica do nada. Amor é o afeto, é o carinho, o dengo, a singeleza como o outro é docemente tratado. É um cafuné, é uma xícara de café quentinho, é um pedacinho de bolo na boca. Amor é o alimento maior da alma e do coração. Não é fel, o amor não é fel. Poderia ser mel e céu. Qualquer coisa de paraíso ou de abismo.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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