Às vezes o vento...
Que me venha a tarde
que me venha a janela aberta
que me chegue a saudade
que me aflija essa descoberta
mas me chega esse vento
trazendo folhagem e tormento
e às vezes esse vento
querendo aumentar meu sofrer
traz no ar seu perfume
a sombra que tenho ciúme
às vezes o vento
por não seguir adiante
me traz sua boca e semblante
roça teu cabelo no meu
sopra um segredo só teu
e outras vezes o vento
despindo sua roupa inteira
esconde o corpo de brincadeira
fazendo a boca vermelha sorrir
me tira o sabor que quero sentir
e quando o vento voltar
pedirei para distante me levar
ligeiro a qualquer lugar
feito folha seca sem destino
em busca de tuas asas
nesse mundo pequenino.
Rangel Alves da Costa
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