A Casa das Sombras
Fui criança iluminada
fulgurantes eram meus irmãos
um raio brilhoso no olhar materno
chama acesa no semblante paterno
energia radiante no instante eterno
com tanto sol na minha morada
réstias e laivos de vida ensolarada
pensando ter essa luz na estrada
pensando ser sem noite a jornada
até que a manhã que em tudo existia
silenciou tanto cor do dia após dia
e de repente o sorriso e tanta agonia
com a janela fechando sozinha
a porta triste aberta dizendo adeus
olhava ao lado e não via os meus
tanta luz agora de sombras tomada
imensa família e quase mais nada
os que não partiram ficam sozinhos
negando as flores e amando espinhos
tudo se esvaindo em redemoinhos
e a casa de sol pela noite engolida
casa de sombras na tarde da vida.
Rangel Alves da Costa
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