REGRAS DE OURO
Rangel Alves da Costa*
Há uma premissa jurídica dizendo que a ninguém é dado o direito de desconhecer a lei. Quer dizer, a ninguém é dado alegar o desconhecimento da lei para furtar-se ao seu cumprimento. Significa que o indivíduo deve saber que vive sob um manto de leis, e se mesmo assim procura desconhecê-las incorrerá nas suas consequencias.
Na vida social, que não propriamente na esfera jurídica, o indivíduo também vive cercado por leis que não pode afirmar ignorá-las. Poderá não segui-las, mas não desconhecê-las. Até o homem inculto, em estado natural e, portanto, vivendo no primitivo estágio do direito natural, ainda assim saberá, por exemplo, que é proibido cometer determinada ação.
Diante de tais premissas, não seria cabível que a humanidade percorra o seu destino terreno incorrendo nos mais diversos erros que não seria justificável desconhecer. Verdade é que existem determinadas leis naturais que abarcam as comunidades como um todo, que procuram nortear a vida das pessoas para o bem, para a boa ação, para viver segundo os ditames do compartilhamento social.
A humanidade até que pode se contrapor aos ditames das leis criadas pelo próprio homem, vez que nem sempre estas alcançam o seu primado de pacificação. Contudo, leis existem que não deveriam, jamais, ser negadas por quem quer que seja, sob pena de se conviver num verdadeiro estágio de barbárie. A banalização do erro sempre levará às mais trágicas consequencias.
Existem leis de cunhos religiosos, principalmente os mandamentos e preceitos e outras que tratam das virtudes humanas e das suas relações com a divindade, que são lições de justiça e convivência social que jamais poderiam ser desconhecidas por quem quer que seja. E o mais importante é que tais lições, tão claras e objetivas, possuem como único fundamento o bem da humanidade. Então por que desconhecê-las?
Agora me respondam uma coisa, por que a humanidade descuida de observar e seguir ensinamentos tão simples e objetivos como os que são citados a seguir?
Os Dez Mandamentos da Lei de Deus: “1. Amar a Deus sobre todas as coisas; 2. Não tomar Seu santo nome em vão; 3. Guardar domingos e festas; 4. Honrar pai e mãe; 5. Não matar; 6. Não pecar contra a castidade; 7. Não furtar; 8. Não levantar falso testemunho; 9. Não desejar a mulher do próximo; 10. Não cobiçar as coisas alheias”.
Os Mandamentos da Caridade: “1. Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua mente; 2. Amarás a teu próximo como a ti mesmo”.
Os Sete Pecados Capitais: “1. Luxúria: apego e valorização extrema aos prazeres carnais, à sensualidade e sexualidade; desrespeito aos costumes; lascívia; 2. Gula: comer somente por prazer, em quantidade superior àquela necessária para o corpo humano; 3. Avareza: apego ao dinheiro de forma exagerada, desejo de adquirir bens materiais e de acumular riquezas; 4. Ira: raiva contra alguém, vontade de vingança; 5. Soberba: manifestação de orgulho e arrogância; 6. Vaidade: preocupação excessiva com o aspecto físico para conquistar a admiração dos outros; 7. Preguiça: negligência ou falta de vontade para o trabalho ou atividades importantes”.
As Bem-Aventuranças: “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos Céus! Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados! Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra! Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados! Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia! Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus! Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus! Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus! Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de Mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós”.
Outras Lições: “Não julgueis, e não sereis julgados. Porque do mesmo modo que julgardes, sereis também vós julgados e, com a medida com que tiverdes medido, também vós sereis medidos. Por que olhas a palha que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu? Como ousas dizer a teu irmão: Deixa-me tirar a palha do teu olho, quando tens uma trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar a palha do olho do teu irmão. Por fim, tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles”.
Dificilmente alguém poderá dizer que desconhece tais ensinamentos. Eles estão tão arraigados e costumeiros nos espíritos dos bons, que aos outros deveriam servir de exemplos nas suas ações. Aqueles que os observam e seguem não o fazem por escolha ou condição social, mas simplesmente pela crença que é possível viver no mundo menos cruel e mais humanitário.
São, pois, regras de ouro que devem ser observadas no convívio íntimo e social e que, certamente, livrarão o indivíduo do pejo das consequencias das leis humanas.
Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
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