A
folha
Parece uma eternidade
mas desde minha infância
que permaneço à janela
esperando a folha de outono
e sua página amarelada
para escrever um poema
ou um bilhete de amor
e deixar que o vento leve
até outra janela adiante
que fica logo na esquina
onde meu amor espera
também desde a eternidade
minha confissão apaixonada
se amanhã a folha não vier
se amanhã a poesia morrer
se amanhã o vento passar
não sei se a nuvem suportará
o peso da minha angústia
esvoaçando triste pelo ar
uma folha que jaz sem amar.
Rangel Alves da Costa
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