Nessas mal-traçadas linhas
Mana maninha
seu irmão está chorando agora
saudade que dá aí de casa
aperreado pra ir logo embora
vejo calendário em todo lugar
pensando logo em chegar a hora
e arrumar todo que tenho
que se arruma sem demora
e pegar a estrada de novo
e quem dera Deus ser agora
guardei tudo o que podia
é coisa pouca mas vai ajudar
e sei que mais eu merecia
mas a vida daqui é de maltratar
trabalho muito e sem serventia
pra muito cansar e nada ganhar
e ainda por cima me dá agonia
em estar aqui e noutro lugar
que é aí ao lado da minha Maria
pra ser feliz e jamais viajar
mana maninha
leia a carta e esconda o papel
não quero fazer ninguém triste
não quero essa lágrima ao léu
quero encontrar a alegria que existe
mesmo que não esqueça essa sina de fel
que é chegar e não poder abraçar
nossa mãe que foi morar no céu
mas é assim mesmo maninha
é a cortina da vida e o seu véu.
Rangel Alves da Costa
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