Sinfonia nº 5
Tenho medo de tudo
medo que essa taça de vinho
que repousa em minha mão
derrame de vez pela estrada
a mesma cor da saudade
que sorvo a cada lembrança
quero uma janela aberta
num copo de cristal e sem gelo
e acompanhada de uma gota
de tudo e qualquer coisa
que não derrame pela estrada
e suje minha roupa de partida
se a tarde me embriagar
antes que sirvam a noite
numa mesa de lua e estrela
façam-me esquecer adormecido
em qualquer canto da lágrima
que a estrada deixou empoçada
sem amor, meu amor
tanto faz o sangue como o vinho
na roupa que veste os meus pés
no medo dessa noite dia
que se derrama pela estrada...
Rangel Alves da Costa
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