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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

QUANTO VALE UMA VIDA? DEPENDE: EM POÇO REDONDO NÃO VALE LITERALMENTE NADA!

QUANTO VALE UMA VIDA? DEPENDE: EM POÇO REDONDO NÃO VALE LITERALMENTE NADA!

Cícero Dantas Oliveira

Leiam aqui, com olhos de descrença e coração angustiado, o desabafo de munícipes que se veem totalmente desassistidos pelo Poder Público Municipal. Peço a todos que leiam como os olhos cheios de lágrimas, pois assim ainda estão os meus e os olhos dos poço-redondenses neste momento.
Tudo foi assim:
No início da noite do dia 05 deste mês, fevereiro de 2011, quase ontem como se percebe, estávamos em uma comemoração no Povoado Lagoa Redonda, município de Porto da Folha, no aniversário da esposa de nosso querido amigo Gary, e todos alegres na comemoração.
Por lá também se encontrava o nosso querido amigo JAMINHO, assim mesmo, desse modo como todos os conheciam. Em dado momento tomou como transporte sua motocicleta e retornou com destino à sua residência na cidade de Poço Redondo, apenas alguns quilômetros de onde estávamos.
Com uma filhinha nascida há pouco tempo, uma bonequinha chamada Sophia, sempre ávido para estar ao lado dela e de sua companheira, minha amiga Alessandra, certamente ia buscar ao lado delas o contentamento dos que procuram viver a paz familiar.
Ocorre que, para desagradável surpresa de todos, no trajeto pela Rodovia SE-208, na altura do Povoado Óleo, já no município de Poço Redondo, aquele garoto pilotando sua motocicleta, no auge de sua mocidade, obviamente empolgado com o transporte traiçoeiro e perigoso, perdeu o controle da mesma, vindo a cair às margens da mencionada Rodovia, perdendo completamente os sentidos e permanecendo desacordado à espera de qualquer socorro!
Ufa! Que coisa chata escrever falando de nosso imortal amigo.
Mas amigos, às vezes só nos restam a caneta e o papel para desabafar. Não adianta dar murro na parede ou em ponta de faca. Nesse caso só me resta a força do instante e a ajuda dessa tecnologia da escrita para dizer da indignação que estou sentindo.
Tudo bem. Vamos acompanhar como se fosse um enredo trágico, uma trama que desafia nosso poder de compreensão.
Temos até agora um jovem gravemente ferido ao lado de uma estrada, à beira da morte, à espera de socorro. Cabe ao Poder Público prestar assistência à saúde. Não é nenhum favor, pois é norma constitucional. Mas não, pois este se fez ausente naquele instante trágico.
Afinal, o mínimo que se espera do Poder Público é que esteja à disposição da população quando mais se necessita de seus mecanismos de assistência. Quando este se omite, negligencia, cala, esquece que existe povo e precisão, ocorre o mesmo que ocorreu com JAMINHO.
Caberia uma indagação: Para que serve o aparato caríssimo que o Poder Público afirma dispor, se não serve para atender à população quando mais ela necessita? Se não é oferecido nem o mínimo socorro necessário estaremos sempre à deriva.
O nosso amigo JAMINHO aguardou mais de 30 (trinta) minutos no local do acidente. E este local, frise-se bem, dista apenas pouco mais de 10Km da cidade de Monte Alegre e cerca de 25 km da cidade de Poço Redondo.
Contudo, fato mais lamentável ainda é que, não obstante a demora na prestação do socorro, a ambulância que foi em auxílio preferiu conduzi-lo para Poço Redondo, alegando o condutor que estava com outro paciente e teria que transportá-lo até Poço Redondo.
É bom que se esclareça: esse suposto paciente que o condutor afirmava estar transportando, tratava-se, na verdade, de uma senhora que iria pernoitar em Poço Redondo, para no dia seguinte seguir para Aracaju/SE, acompanhar um ente seu que estava internado em uma das unidades de saúde daquela capital.
E prossegue a via-crucis, o caminho de dor e sofrimento. No trajeto até Poço Redondo ainda se levou mais de 20 minutos. Com a chegada no nosocômio municipal - pois assim os doutores acham bonito chamar - o médico de plantão começou a dar, através de sua deliberada omissão, a sentença de morte do nosso amigo JAMINHO.
Dizem que o indivíduo que estava no hospital no instante em que o paciente chegou, um dia prestou o juramento de Hipócrates. Todos o conhecem por lá como médico. Contudo, naqueles momentos o que ressurgiu foi o monstro com sua avidez de morte e desrespeito ao ser humano.
Verdade é que não podemos chamar aquele individuo com fala irritante, debochante, sem nenhum compromisso com o labor que exerce, de médico. Pensa-se, ou se espera que uma pessoa investida na profissão, investido no sacerdócio da medicina, tenha amor à vida do próximo.
A par da ética e da responsabilidade moral que devia ter, a partir do instante que passa a exercer a medicina, irrefutavelmente passa a ter um dever de ofício de bem cuidar dos que são colocados sob os seus cuidados.
Distanciando-se de ações de bom samaritano, passa a ter obrigação de cuidar da vida alheia, ainda mais quando esse profissional encontra-se remunerado pelo Poder Público para atender os munícipes.
Pasmem! O próprio JAMINHO que tanto contribuiu com seus impostos, pagando-os em dia, quando precisou do sistema de saúde que ele mesmo ajudava a remunerar e manter, foi deixado entregue à própria sorte, ao destino dos desassistidos, morrendo sem o atendimento que se espera de uma casa de saúde.
Ora! A atitude daquele cidadão, que naquela oportunidade estava de plantão para atender a qualquer urgência médica, é ao mesmo tempo absurda e inexplicável diante do seu ofício. Médico não tarda, não retarda; o médico atende, envida esforços, salva.
Mas não, pois o indigitado profissional preferiu deixar de atender o jovem que agonizava à beira de morte e se voltar para o preenchimento da ficha de atendimento. Ademais, de forma arrogante, bem ao estilo de determinados animais, ainda determinou: “coloque no chão que só toco nele depois de preencher a ficha”.
Ora! Ora! Mas implorar a quem? A vida de nosso querido amigo se foi. O Poder Executivo Municipal é conhecedor das atitudes desse rapaz e não adota nenhuma atitude. Se a população procura respostas sobre tais atitudes desabonadoras, o argumento que logo vem como resposta é que o tal médico está no serviço público por intermédio de concurso público.
E quem disse que o fato de um servidor público ser concursado está acima das normas? Está acima até mesmo do direito à vida? Não é intenção dizer que a causa da morte de nosso amigo foi responsabilidade direta do médico, agora que no nosso entender houve omissão de socorro, disso não há o que se discutir. Houve omissão, negligência, e houve também desrespeito com a vida humana.
Até mesmo porque engana-se quem afirma que omissão de socorro é tão-somente deixar de prestar o socorro. Ora, o retardamento no atendimento é também omissão de socorro. Ou será que tem quem pense diferente?
Quero apenas fazer mais uma indagação: Se fosse um parente, um amigo, um filho, um irmão ou até mesmo o pai ou a mãe desse médico, será que ele iria aguardar preencher a ficha de atendimento para que fosse atendido? Certamente que não. Iria adentrar o consultório do outro médico e dizer que também era médico e que o atendimento deveria ser imediato, a todo custo, naquele instante!
Foi assim mesmo, pasmem! E aqui deixo um alerta: quem necessitar de tratamento de saúde no dia em que estiver de plantão esse médico, meus amigos, é melhor procurar outro local, pois além de não ter o devido atendimento, ainda será humilhado.
Com a palavra o Senhor Prefeito Municipal e, antecipamos desde logo, não adianta dizer que vai tomar as providências, pois já é de seu conhecimento a conduta desse tal médico. Afinal, ele já veio transferido de Santa Rosa do Ermírio por ter se envolvido em atrito naquela localidade.
Poder Público Municipal, por meio de seu responsável ou gestor, se lhe falta coragem para instaurar o competente procedimento administrativo que delegue poderes a quem tem competência. Não acreditamos que falte conhecimento jurídico de sua procuradoria, afinal o corpo jurídico da atual administração goza de notável saber jurídico.
Deixo aqui meu forte abraço a dona Dudé, sua mãe, as suas irmãs Marlinda e Jainara, minhas amigas, e a sua esposa Alessandra e um beijo na princesinha Sophia.
Convoco todos a tomar uma posição contra as truculências desse tal médico. Não podemos nem devemos deixar que ele continue com essa conduta maléfica e em desacordo com os ditames do Código de Ética da Medicina. Mas, amigos, posição respaldada na lei.
Meu amigo, Jaminho, nada mais em seu benefício é possível ser feito aqui na terra, senão orar. Deus te ampare e te coloque num bom lugar, assim é o mais verdadeiro desejo de todos que te conheciam.
Fica aqui o meu repúdio ao serviço de saúde do município de Poço Redondo. Força meu amigo Nely, você consegue mudar, mas é complicado, pois, enquanto você puxa para um lado as forças ocultas e antagônicas puxam ao contrário.
Só mais uma coisa: Doutor Nilson, verdadeiro é o ditado que diz que quem faz aqui na terra aqui mesmo pagará. Chegará o dia do seu Apocalipse.

2 comentários:

rafa disse...

nos todos estamos indiginado

rafa disse...

todos estamos indignado