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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Vento soprando segredo (Poesia)

Vento soprando segredo



E talvez saiba mesmo
da minha angústia e solidão
da minha tristeza e teimosia
dessa imensa desilusão
dessa cor da noite no dia
porque deixei a janela aberta
escancarei a porta inteira
não permiti nem cortina nem véu
e tudo para que o vento passasse
e você rapidamente soubesse
que não finjo sofrer nem sentir
nada escondo ou procuro fingir
o sofrimento que rasga o peito
o vazio que se derrama no leito
e a vontade de beijar uma face
tão verdadeiro e sem disfarce

só que o vento passou e não viu
quem havia saído de casa
quem dobrou a esquina e se foi
quem agora o meu peito arrasa
quem é a mulher do segredo
que ele soprou sem saber
que era outra e não você.


Rangel Alves da Costa

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