O presente
Ninguém nunca deu um presente assim
mas vou tirar as pétalas da flor
e te dar somente os espinhos
tudo num buquê todo enfeitado
com algodão e esparadrapo
que é pra quando você sangrar
e de muita coisa lembrar
lá dentro vai um coração desenhado
igualzinho ao meu coração
que você disse que era de papel
rasgou e colocou na lixeira
e tive que juntar pedaço a pedaço
para no sangue renascer
quando da tua ferida beber
se em ti doer como doeu em mim
teremos novamente nos encontrado
tão amantes e tão amados
e tão juntinho e abandonados
levando um ao outro remédio
da palavra sem ter tédio
pois dois enfermos do coração
precisam se curar na paixão.
Rangel Alves da Costa
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