Da natureza do amor
De repente selvagem
fúria, ferocidade, voragem
animal solitário na rua
feito lobo embaixo da lua
chorando seu tanto espanto
num grito que seria acalanto
se a fêmea que está ao lado
no seu passo descompassado
prestes a se tornar presa
causasse espanto na natureza
e num gesto de amor
fugisse do predador
e num voo de pássaro
num pulo de lebre
na pressa do tigre
na fome da onça
se torne outro bicho
um bicho qualquer
bicho faminto mulher
para o animal solitário
que tanto te quer.
Rangel Alves da Costa
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