Outro amar
E havia pensado que o amor
Nascesse simplesmente do lampejo,
Do olhar, do abraçar, do beijo,
Sem que a razão de querer amar
Fosse maior que o desejo
De simplesmente estar.
E me disseram que o amor
Forjado pelo desejo do corpo,
Sem amor, sem paixão, sem razão,
Nasce num dia e dura uma noite,
Até que o sexo, o orgasmo, a traição,
Alcance a realidade como açoite.
E assim aprendi que o amor
Que silenciosamente grita mas sabe esperar
Procura sozinho caminhar seu destino
Sem que tenhamos de guiá-lo
Pela fragilidade do que somos,
Pela incerteza do que queremos.
Rangel Alves da Costa
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