Retrato no tempo
Conheço a velhice
porque já fui menino
já fui criança
e conheço a inocência
a brandura da idade
que vem na velhice
o alimento na boca
o cuidadoso asseio
o passo incerto
a queda e a lágrima
um velho menino
e um menino velho
o mesmo espelho
nos extremos da vida
um mesmo retrato
esvoaçando no tempo
no velho que serei
como a criança que fui.
Rangel Alves da Costa
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