Saudades
Entardecer nas calçadas
vento soprando sertão
um cheiro de café torrado
negrume batido em pilão
arroz doce pelas ruas
cocada branca na janela
uma tábua de pirulito
uma perfumada donzela
arroz doce de Baíta
cocada de Dona Quininha
Naní com seu doce de leite
água boa de quartinha
os amigos no proseado
debaixo do arvoredo
a vizinhança cochichando
tanta fofoca e segredo
Poço Redondo de ontem
de progresso em desventura
o novo trouxe a saudade
e levou toda a ternura.
Rangel Alves da Costa
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