Alcino - O Caipira de Poço Redondo (II)
Publicada: 20/10/2009
Texto: Paulo Medeiros Gastão (Escritor e historiador - Mossoró de Santa Luzia - RN)
Irrequieto, vibrando com suas andanças pelos mundos dos sertões sergipanos segue Alcino Costa em busca de novas concepções. Inicialmente constrói como o fazem os residentes da bacia amazônica a luta do rio e o boi. Surgem suas belas lendas desta feita tendo-se o amparo do Rio São Francisco. Mostrou-se firme e forte, consistente para com a nova empreitada. Deixou a porta aberta para em breve retornar ao imaginário san-franciscano.
Envolvendo-se no emaranhado de situações cria o escritor uma grande personagem. Presenteia-nos com obra inédita intitulada – Maria do Sertão. Trabalho esmerado que significa a paixão do próprio escritor. Conteúdo de fôlego onde o autor percorre caminhos nunca antes andados e domina com linguagem simples, objetiva a fixação do leitor ao apaixonante tema.
A dinâmica estabelecida por Alcino Costa o leva a compor versos sobre temas regionais, onde estão incluídos o rio, o vaqueiro, a natureza e amigos da sua predileção.
Busca a comunicação com o mundo sertanejo via rádio, ocupando espaço cativo nas tardes de sábado na Rádio Xingó FM, instalada na cidade de Canindé de São Francisco, às margens do Velho Chico. A programação tem um caráter absolutamente regional onde mensagens são transmitidas aos ouvintes localizados nas redondezas e são as mesmas envoltas com poesias, música caipira, sons de violeiros e repentistas de todo o Brasil.
Detém o maior índice de audiência naquele horário. É campeão sem concorrente.
Dedica-se o memorialista a realizar entrevistas com pessoas que possam lhe subsidiar materiais que dentro em breve passarão a ser capítulo do próximo livro. Assim foi o inicio do seu majestoso ‘Mentiras e Mistérios de Angico’.
Estão em preparo novos temas sobre o cangaço, porém, com características mais abrangentes e área de ação bem mais ampla. Vamos esperar que desta feita Alcino Costa mostre com eficiência todos os fatos ocorridos no Estado de Sergipe. Aliás, no Brasil, só Alcino tem condições de realizar trabalho de tamanha envergadura.
O irrequieto Alcino Costa já concluiu sua pesquisa sobre os primórdios de Poço Redondo, principalmente, no que tange a vida no campo. Elementos como o coronel, as grandes glebas de terras, o vaqueiro, o cavalo, o boi, as pegas de boi, as vaquejadas, enfim, a vida do homem do campo e os ingredientes que compõem seu universo.
O trabalho que conseguiu Alcino realizar é digno de melhores elogios. Relembra as gerações anteriores e seus ídolos e, deixa as futuras gerações o relato das origens do povo guerreiro que habita as margens do Rio Jacaré.
Gostaríamos de ver a multiplicação do gesto que só honra traz aos sergipanos, pois, precisamos ter muitos Alcino Costa para que possam relatar os fatos ocorridos num passado bem recente nas suas respectivas regiões.
Alcino nos ensina a ser brasileiros, e mais ainda, a sermos nordestinos. O amor a terra, a flora benfazeja, a fauna com registros de extinção, os rios que geram energia, o valente sertanejo e a linda mulata.
Alcino Costa tem conseguido de forma magistral transformar o pequeno Sergipe, territorialmente falado, em grande celeiro dos melhores produtos que pode o homem colher. Vamos acolher da melhor forma as lições emanadas pelo professor das caatingas, que prefere ser chamado de o ‘Caipira de Poço Redondo’.
Só temos uma atitude a tomar e procurar ampliá-la pelo imenso Brasil, assim dizendo: Alcino Costa muito grato por tudo aquilo que você conseguiu reunir e nos presenteou. Que o Senhor continue iluminando seus caminhos.
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