SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Sergipe abençoado! (III)
Publicada: 21/10/2009

Texto: Paulo Medeiros Gastão (Escritor e historiador - Mossoró de Santa Luzia - RN)

Preparado o matulão, o Caipira de Poço Redondo procura ganhar a caatinga. É nela que encontrará subsídios às suas pesquisas, suas exigências, suas determinações. Profundo conhecedor da sua gente, inicia o período das visitas-entrevistas naquelas mesmas casas que um dia visitou pretendendo ser o mandatário do município. Campanhas acirradas, palavras de convencimento na ponta da língua, promessas de novos tempos, as comemorações de três campanhas vitoriosas e a luta em prol do seu povo.

As fisionomias já não eram as mesmas. O tempo havia se encarregado em mudar.
A morada e as informações permaneciam intactas, vencedoras do tempo. Nos seus semblantes a alegria em recebê-lo e a curiosidade para com assuntos diferenciados de outrora. Já não mais se abordava a temática da política e sim, o registro de conteúdo cultural.

Quanto mais informes colhia, mais coragem e revigoramento para levar sua empreitada à frente. O sertanejo além de oferecer um gole de bom café, presta informações seguras, de qualidade indiscutível. São bons, puros. A maldade ainda não chegou pelas brenhas. Cadernetas de anotações prenhes só aguardavam a hora da chegada em casa para despejar o maravilhoso conteúdo na memória do computador.

Dias, semanas, meses, anos foram preenchidos com a coleta de dados. Agrupá-los, ordená-los sob forma cronológica, setorial ou outra maneira foi tarefa lenta e acobertada de muito cuidado e responsabilidade. Em muitos momentos estivemos em diálogo constante na busca da melhor redação e conteúdo. Na sua simplicidade o Caipira sempre dividiu, em primeiro lugar, para depois somar. Fórmula matemática de grande valor e aplicação usada pelos inteligentes e perspicazes. Poderia fazer sozinho, mas, não o fez.

Na ânsia de ver seu livro, dizem muitos, primeiro filho, nascer e ganhar mundo já surgia na sua inquieta mente projetos mirabolantes, grandiosos até mesmo aqueles voltados para com o uso do imaginário, tão em moda na Sorbonne, nos departamentos da universidade francesa. Era momento de muita inquietação.

Em 1996 nasce então seu primeiro opúsculo. Titulação vibrante, denunciadora da saga dos cangaceiros, ou melhor – da Guerra Cangaceira. E assim nasceu Lampião Além da Versão. A respeitável antropóloga, professora, mestra da Universidade do Rio de Janeiro, Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros encarrega-se de prefaciar aquela obra que correria o mundo. Tendo como sub-título – Mentiras e Mistérios de Angico.

Nas suas entranhas está o conteúdo que inicia o despertar das ocorrências na grota de Angico. O momento já era esperado, porém, é na pessoa do escritor Alcino Costa que temos o pontapé inicial. Muitas foram as contrariedades surgidas após leitura, porém, o ganho em adeptos foi muito maior.

E assim a história continua...

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