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sexta-feira, 2 de outubro de 2009

ARTIGO DE ALCINO (Adulação, mentira e fuxico - II)

Adulação, mentira e fuxico: pestes da humanidade (II)

Texto: Alcino Alves Costa ( O Caipira de Poço Redondo )

Mesmo dominados e perplexos pela brutal violência que assola o país, o povo e as autoridades brasileiras ainda não acordaram para o pior de todos os males de nossa nação. E eles têm nome: subserviência, mentira e fuxico.

O subserviente é aquele famoso adulador treiteiro, escorregadio e cheio de manhas que carrega no vagão do trem de sua vida os mais diversos adjetivos: bajulador, puxa-saco, corta-jaca, cheleléu, chaleira e muitos outros. Homem perigoso que, em sua insanável covardia, é capaz das piores vilanias. Ser humano sem qualidade e sem escrúpulo que tem como único objetivo agradar aquele que porventura detenha algum importante cargo político, especialmente na esfera majoritária, mas, também, se estende por todas as outras forças dominantes e todos os outros caminhos que chegam aos portadores de algum poder de mando ou influência.

É, deveras, impressionante o quanto aqueles que detêm o poder são influenciados e aceitam prazerosamente e passivamente as reverências falsas e vergonhosas desses agentes da intriga, da falsidade e da traição.

É através do adulador que a mentira e o fuxico são disseminados. Este trio amaldiçoado e funesto, nascido das profundezas das trevas, foi gerado pelo esperma maldito do satanás.

O bajulador possui um poderoso germe de origem maligna que, ao ser fecundado nas entranhas do egoísmo e da perversidade ao nascer, se transforma num perigosíssimo vírus que, ao ser inoculado, especialmente no ego e na vaidade soberba das autoridades brasileiras, e naqueles que são detentores de influência social e econômica, causa um dano irreparável.

Esta peste, este flagelo da humanidade, se espalha por todos os gabinetes e demais lugares onde aqueles que dispõem de prestígio, força e autoridade se aboletam. O puxa-saco não contesta, não tem voz, não emite opiniões, vive do amém e do sim. O seu mórbido prazer é fuxicar e mentir; espalhar venenos e semear discórdias. Com mesuras descabidas e hilariantes, joga para o nada a sua dignidade e o seu respeito. O seu único desejo é agradar o seu superior, o seu "amado chefe". Em seu inexistente sentimento acha que o melhor agrado é aquele de mentir e fuxicar. E o que é de se espantar, é que, quase sempre, aquele que tem o direito de deliberar, agir e mandar, acredita e passa a considerar a turma dos bajuladores como pessoas leais e de extrema confiança. Auxiliar cuidadoso – assim julga a autoridade – que merece todos os seus aplausos. E assim, o veneno, a mentira e o fuxico se espalham e contaminam todos os segmentos sociais.

No entanto, aquele que um dia esteve no poder e hoje amarga a verdade do ostracismo e se encontra abandonado pelos que juravam de pés juntos serem seus sinceros amigos, e que agora se bandearam, com as mesmas mesuras e adulações, para os lados do poder vigente, entende muito bem esta minha narrativa.

E o resultado deste nocivo proceder muitas vezes se torna trágico. Perde-se a conta de velhos amigos que os desatinos dos fuxiqueiros e mentirosos os separaram. Quantos e quantos pais de família, muitos deles homens honrados e de ilibado proceder, viram suas vidas destruídas pela sanha perversa desses malvados sem coração e sem alma. Homens maus que, ao encontrar amparo naqueles que por um instante de suas vidas detiveram o poder de qualquer órgão ou instituição, trabalharam com afinco para desgraçar e arruinar a vida de pessoas inocentes.

Tenho ciência do poder descomunal do fuxico e da mentira. Estas duas pestes carregam em seus atos o poder do mais horrível dos demônios. E esta afirmação é facílima de ser comprovada. Todavia, mais doloroso é que o homem dos novos tempos, dominado pela vaidade e pela soberbia, está esquecendo dos preceitos divinos e imagina que, tendo o poder, especialmente aquele emanado da vontade do povo, se coloca acima de tudo e de todos. Apenas, e essa é a exceção, dominado pela força maléfica e danosa do fuxico e da mentira. É o poder destas duas calamidades públicas que faz com que o adulador passe a ser um leal amigo, alguém em que se pode confiar cegamente – assim acredita a autoridade.

Este pensamento, essa quimera, traz, com o passar dos anos, uma desilusão muito grande. Quando isto acontece é quase sempre muito tarde. Já então, os malefícios de uma amizade falsa não têm mais volta. As feridas que essa terrível desgraça deixou em suas vítimas cresceram, sangraram e dilaceraram o coração e o viver do injustiçado, do inocente. E aquele que sofreu as conseqüências de uma ação desastrosa do adulador se tornou portador de uma chaga incurável. Após mais uma monstruosa vitória, o subserviente, com certeza, irá agir em outras plagas, mas, sempre levando em sua bagagem intrigas, dores e sofrimentos.

Jesus nos proteja e nos livre dos aduladores!

Um comentário:

Anônimo disse...

Alcino é uma pessoa iluminada e no céu irá brilhar mais ainda.Viva Alcino.