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domingo, 9 de outubro de 2011

Árvore da vida (Poesia)

Árvore da vida




O velho sábio já era entardecer
depois de muitas noites e luas
talvez jamais encontrasse manhã
e com sua máxima sabedoria
antes do sono chegar e adormecer
derramou pelas estradas e campos
todas as sementes que levava
guardadas como infinitos segredos
e nem olhou mais para trás
para enxergar se as raízes e brotos
já revolviam a terra naquele instante
porque aquelas sementes tão antigas
fariam tudo renascer em segundos
como se a vida não pudesse esperar
e com os olhos pesados dos anos
deitou feliz para não mais acordar
e por isso não viu suas sementes
vingarem num só broto e raiz
fazer nascer uma única e imensa
árvore de imenso e garboso tronco
mas de galhos e folhas frágeis demais
tão entregues ao tempo que o vento
levava tudo que novamente renascia
e isto porque misteriosamente sabia
que a cada ventania levando tudo
a árvore inevitavelmente aprenderia
que não adianta ser apenas no tronco
uma grande e indestrutível fortaleza
se os seus filhos nos galhos e folhagens
não tiverem a mesma força e vitalidade
da raiz como pai e tronco feito mãe.


Rangel Alves da Costa

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