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sábado, 11 de junho de 2011

Era um tempo de bençâo (Poesia)

Era um tempo de benção



E de novo a saudade, a lembrança
e de novo aquelas fotografias
quem vivem no meu pensamento
junto do baú de tantos relicários
de tantos recortes e recordações
somente para dizer num grito
que sou apenas a metade do que sou
porque o todo eu que é a outra metade
vivem no ontem e na estrada atrás
num tempo bom que não existe mais
num tempo de infância e mocidade
num tempo de cadeira de balanço
num tempo de rede balançando a vida
num tempo ainda tempo de se viver
e como eu queria agora continuar fazendo
um pouquinho daquilo que me ensinaram
dar a benção aos mais velhos
respeitar aos mais velhos e a todos
ser bom, ser trabalhador, ser grande
mas o que gostaria mesmo e mais
era novamente dar a benção a minha mãe
na última vez que eu dela me despedi
ela já não pôde ver nem ouvir minha benção
e como eu gostaria de dar a benção
como eu gostaria de não ter chorado o adeus
dar a benção e tê-la vivendo ainda
para me abençoar em nome do Senhor!



Rangel Alves da Costa

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