Após o deserto
Tudo tão distante
uma duna e um deserto
um sol escaldante
num horizonte descoberto
e passam as folhagens
os grãos sedentos no ar
e o solitário errante
no passo a caminhar
cansado e fraquejante
quer a sombra encontrar
no oásis há um ontem
um passado e tanta saudade
um amor de agora e sempre
alguém que ficou esperando
enquanto o seu nômade
partia para colher o grão
grão de felicidade na ventania
para retornar qualquer dia
e dizer que a distância
maltrata o amante coração
e somente ao lado do amor
no deserto não há solidão
já é noite fria e escurecida
pouco se enxerga adiante
alguém grita que ele já vem
e ele corre naquela direção
joga-se aos braços de alguém
copo d’água e pedaço de pão
tanta carinho e afeição
um repouso no colo da amada
uma lua no olhar bonito
vontade de pedir perdão
e do silêncio surge a palavra
dizendo da poeira trazida
para reerguer o castelo da vida.
Rangel Alves da Costa
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