Cantiga
enluarada
Quando a tarde se vai
e o sol lentamente se esvai
ouço o silêncio dos campos
a brisa com os seus cantos
as sombras espalhadas no ar
cor da noite que vai chegar
e eu igual farol de um mar
acendo a luz de todo pensar
e me vem a saudade imensa
dor que me traz recompensa
por lembrar de alguém ausente
que do amor deixou a semente
e é quando abraço a noite
me deixo esvoaçar como açoite
e não nego a paixão derramada
flores perdidas numa estrada
pétalas e espinhos sangrando
num coração que segue amando
e por amar canta a velha canção
cantiga enluarada de ressurreição.
Rangel Alves da Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário