Noturnas
revelações
As flores morrem em silêncio
a pétala jaz no leito da noite
sem que borboletas e colibris
chorem o pranto da ausência
e também morram de saudade
não deixai meu amor que assim aconteça
não deixai que o voo noturno nos afaste assim
nem que eu tenha de ter asas para segui-la
no desvão da saudade e da dor imensa
o orvalho some ao chegar o sol
os girassóis morrem ao entardecer
as lágrimas secam depois do lamento
e a vida se faz e desfaz em gritos
de tantos desamores e tantas saudades
por isso não deixai meu grande amor
que nada nos distancie ou nos separe
jamais permita que as traições das horas
nos encontre afastados um do outro
e sem as bocas e corpos nos revelando à vida.
Rangel Alves da Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário